quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Politician

Antes de abordar este assunto, preciso de deixar claro que não existe qualquer espécie de orientação de nenhum partido político (daqueles que têm pelo menos 5.000 militantes) existente em Portugal.
Este blog encerra no seu conceito uma visão pessoal de marketing e comunicação que pretende falar de uma maneira livre sobre tudo o que comunica; tome a forma que tomar.

No dia 21 de Dezembro de 07; 10 estratégicos minutos antes do Telejornal/RTP1; tive a sorte de apanhar o famoso espaço televisivo Tempo de Antena (que é da exclusiva responsabilidade de quem o utiliza) e assisti a uma campanha activa de auto-promoção PS/Governo/Presidência da U.E.
(gostava de vos mostrar mas não consegui arranjar nenhum link).
Uma acção deste género estará sempre sujeita a criticas e acredito que para algumas pessoas seja inclusivé chocante. A mim não me chocou, foi até muito interessante ver sob uma imagem moderna e dinâmica todo o processo de mostrar trabalho ou resultados, que nesta área da politica é sempre duvidosamente eleitoral e muito mal interpretado por todos os estratos sociais; nunca ninguém ta contente ou satisfeito.

Mas vá perante isto, fico é chocado com a passividade de toda a oposição.
Para quando uma aposta séria em Marketing Politico, quando não estão no poleiro?
Organizem-se! Existe um governo, que apareça um governo fictício com caras para cada pasta e perante uma nova medida, apareçam na televisão a dar a vossa opinião, as vossas indicações, as vossas sugestões ou as vossas criticas.

Tornem isto mais interessante e ao mesmo tempo façam-nos avançar.
Precisamos de uma outra visão governante, positiva como o publicitário Sócrates o executa tão bem.
Com uma oposição visível, activa e que agarre os meios de comunicação em massa, a concorrência politica crescerá, poderá ganhar uma tremenda dimensão e aí sim, acredito que deixaremos de ser bombardeados com os resultados para os começarmos finalmente a sentir.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Slogan ISSUES


Millenium Bcp
"Tenho de virar a minha vida de pernas pró ar."

Uma campanha directa: incentivar o endividamento, como se não fosse um grande problema nacional.
Comprem tudo, casa grande com jardim e vista pró mar, um carrão com tecto de abrir, tenham tudo, nós ajudamos se nos trouxerem os bens que tem e o que não tem.
Mau conceito.

Podiam-no ter feito de uma forma mais discreta, como faz o “novo” montepio com o seu “na tua casa ou na minha” ou mais profissional como o BES com os seus interessantes pacotes de crédito e sob a ideia de “se não ganhou a lotaria ou se não tem pais ricos…”.
A vida virada do avesso já tem metade de Portugal e nestas questões é preciso ter cuidado nas abordagens, o sentimentalismo da coisa com camiões e uma boa multidão jovem, numa zona bem cotada e agradável e com aquele cantar em uníssono à publico de concerto, cai mal nesta situação.
De qualquer forma é um slogan que lhes fica bem, até porque é um reflexo do que se passa na sua administração.
Fica a musiquinha que irritantemente fica no ouvido.

Slogan ISSUES

Renova
Make love not Co2

Apresenta-se um novo produto da Renova sob o discreto slogan “make love not co2”.
Considerando que a industria do papel é uma das grandes responsáveis pela diminuição da produção de O2 no mundo, e como as questões ambientais estão finalmente na berra, surge em boa altura.

Gosto do slogan sob a perspectiva que de facto a emissão de Co2 para a atmosfera é a THE grande guerra deste século e até porque a Renova conseguiu adoptar uma carinha bem hyppie para este produto.

Ir á casa de banho passou de necessidade básica, a local de leitura para agora se tornar num momento de reflexão.
Dirigi-lo a uma faixa etária mais nova, atenta e consciente poderia ser também uma boa aposta com um slogan como “Renova-te” pois precisamos de alertas de consciências e de fomentar comportamentos através dos produtos que comercializamos; juntando o útil ao agradável, até porque sou um adepto da leitura no WC, escrever dicas, va, sobre simple ecologic behaviours também era boa jogada para a Renova.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O Marketing educacional.

O que é a educação? O que é ser educado? Como é que se educa? Quem é que oferece educação?

A educação pode ser uma poção mágica ou um veneno, com os ingredientes correctos e nas doses certas, pode-nos tornar tão fortes como o asterix, caso contrario pode envenenar a nossa essência humana.
Hoje em dia e na realidade portuguesa, é obrigatório frequentar uma escola até ao 12º Ano, mas o abandono é uma variável não controlável, ou seja, tudo continua em aberto, é certo que muitos não tem de facto espírito de aprendizagem mas no meio existe também muito desencantamento. Porque será?
Por razões económicas? Insegurança? Má formação profissional e pedagógica dos professores? Devido a um entupimento de conceitos? Por uma aprendizagem desenhada para massas em que uma criança, adolescente ou um jovem adulto é um número?
Todas estas razões são viáveis; numa utopia não tão impossível, todos teriam fácil acesso ao ensino com apoios económicos governamentais reais, credíveis e justos e esse ensino necessitaria de ser algo mais pessoal, pois acredito, por exemplo, que um professor primário que acompanhe uma turma do 1º ao 4º Ano contribui para uma melhor aprendizagem, formação pessoal e educacional das crianças assim como do próprio. Esta é naturalmente uma situação difícil de se concretizar, perante a dança de colocações da própria classe, recuando mais no problema o facto de haver um excesso de professores, muitos deles sem capacidades para a tal, e retrocedendo ainda mais a falta de antevisão de uma situação como esta com a abertura de tantos cursos com vertente de ensino e de fácil acesso pelas médias que disponibilizaram, penso que por momentos houve uma euforia colectiva de que todos poderiam ser professores quando não sabem ensinar, ou porque não foram ensinados a transmitir conhecimentos; porque para isso é preciso ter dom.
Porém a educação não passa só pela escola, passa também pelas famílias e as famílias são hoje em dia um pequeno grupo económico, que trabalha para ter e para dar, em que não existe aquele carrossel de sentimentos que existia, onde um beijo podia rapidamente passar a ser um grito, onde para ter era necessário provar ser digno de receber, onde conversas ou discussões ocasionais transbordavam de valores, onde as personalidades de pais e filhos cresciam e se interligavam, sendo o local perfeito para a derradeira experiência: aprender a aceitar os outros.
Mas a educação também se desenvolve nas conversas com amigos e hoje em dia assim como nas famílias, há uma profunda crise de valores, poucos sabem o que dizem, menos ainda os que percebem, ninguém sabe ao certo onde quer chegar, ou quando parar, mas todos querem mais, querem viver tudo como se fossemos eternos e não reparam que não vivem nada, que não aprendem nada, que não pensam, que não respeitam, que não se sabem comportar nas mais diversas situações, porque não reparam nas linhas que separam o comportamento familiar, do núcleo de amigos ou do profissional.
Temos carência de cultura, de espaços, que poderiam perfeitamente ser num contexto de aulas, onde se promovesse a conversa, o debate de ideias, onde se espantassem complexos, sítios onde a cultura fosse ter com os alunos.
Teríamos muito provavelmente, além de pessoas ansiosas por aprender, excelentes futuros profissionais mas melhor que isso grandes seres humanos.

Apontado o problema, sintetizo tudo isto com item de estudo de uma cadeira: “A sociedade culpa, nos dias que correm, o marketing pelos seus males”!
Normal! Penso eu. Os últimos quarenta anos da história global assistimos, no mundo ocidental, a uma evolução tecnológica vertiginosa, criámos um novo estilo de vida “o civilizadamente material” com todos os gadjects a que temos direito e que a tecnologia nos proporcionou o que me recorda aqueles anúncios de semi pin-up girls semi donas de casa de volta de um enlatado ou daquelas inovadoras máquinas que lavavam a roupa e que lhes facilitaria em muito a rotina da vida.
O duo ouro negro nasce, o petróleo torna-se o bem o consumismo o meio e continua ainda numa fase de crescimento, pois bem mas algum dia terá que chegar à fase da maturidade, e entenda-se maturidade como a extraordinária capacidade de aprendermos com os erros.
Maturidade como todos podem constatar, não significa que nos tornemos “melhores” ou “pessoas melhores” pois todos desenvolvemos feitios e personalidades muito distintas nesta nossa multiplicidade sociológica e apesar de já ser uma característica muito humana «o ser individual» não significa que sejamos mais humanos, porque isso acarreta também o desenvolver de uma consciência colectiva, com preocupações sociais, politicas, ecológicas, económicas entre outros e a uma escala planetária.
O marketing e a publicidade entraram de pés juntos na sociedade e tudo começa a valer para vender mais e mais e mais; despertamos necessidades ocas, vontades selvágicas, oferecemos facilidades de acesso, mas que posso eu dizer, este é um trabalho, uma profissão, uma função e não a ponho em causa, porque ao fim de contas é o volume de vendas através de um campanha de comunicação que se mede o sucesso destes profissionais e só compra quem quer, porque se pode ou não já é relativo; o que eu questiono é a sabedoria social por detrás de uma campanha e se não deveria existir um espaço onde o marketing e a publicidade pudessem agir de uma forma responsável e a favor das sociedades.
Maturidade revela-se então em sabedoria e o saber atribui-nos responsabilidades.
Para quando então, uma geração de profissionais da comunicação que para além de saberem vender, saibam incutir valores e que promovam o conhecimento?
Este seria um marketing maduro, repleto de sabedoria e cheio de valores a partilhar. Acredito estarmos no caminho certo, como por exemplo o facto de hoje em dia ser inadmissível publicitar um produto com alguém a fumar, triste será pensar que esta situação acontece porque existem normas anti-tabágicas ou porque estamos a ser tendencialmente apologistas de um estilo de vida saudável.
O que eu falo é de uma vertente, uma corrente, um grupo de pessoas que pratique um marketing activista, seguindo naturalmente tendências, alguém que de facto ponha o dedo na ferida, falar para a sociedade e para todas as suas organizações, alertando ou consciencializando. Falando de humano para humanos.Sei que os clientes das agências, muito provavelmente, não estarão interessados em incutir valores, orientações ou educar através dos seus produtos, que desesperadamente querem vender e assim ganhar o seu lugar nos 50% mais ricos do planeta (aqui no mundo ocidental), mas acredito que a publicidade e o marketing têm de se redimir do tal “mal” que já fizeram á sociedade e tenho como convicção que são estes meios, estas novas disciplinas as únicas a poderem colmatar a falha de cultura que está patente nas sociedades ocidentais em geral e assumir de uma vez o seu lugar na educação, educando as massas com a mesma facilidade com que as influencia e educando, se possível, também os seus clientes e as suas empresas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Elogiar: Uma técnica de Marketing.

Num contexto de atitudes o que é o marketing?
A promoção, o enaltecer de um produto ou de um serviço e fazer publicidade será sempre uma acção positiva, a favor de algo.
O que os marketeers fazem é promover um elogio ao seu produto que a resultar, o seu público-alvo o tomará como seu.
E isto é BOM! Significa reconhecimento, significa notoriedade, significa importância, significa vendas, traduz-se naturalmente em ganhos e faz muitas pessoas felizes, dentro do sistema da empresa.

Na vida social o elogio tem o mesmo peso, o mesmo reflexo, semelhanças de reacção no acto final e a única diferença é a que tem faz toda a diferença. É que o elogio não pode ser auto-induzido com tanta facilidade como na elaboração de uma estratégia; socialmente ganha até uma conotação inversa do que deve ser.
Portanto o elogio social só fará sentido quando terceiros o dirigem frontalmente ou publicamente à pessoa em questão.
E aqui tudo se perde; não sei se é uma característica só nossa, falando português, mas a verdade é que o elogio é quase como a maça de Adão, fica a meio do pescoço e é substituída pelo seu irmão mau – a inveja.
Um sentimento mesquinho mas perfeitamente normal e comum no ser humano, e se nós somos uma forma de vida extraordinária é porque além de termos a capacidade de raciocinarmos é o facto de transbordarmos de sentimentos controversos, bons e maus.
Porém se a inveja nos domina e o elogio não faz parte do nosso “feitio”, será que estamos a usar na plenitude a nossa inteligência?
Qual não é a mulher que adoraaaaaaa e deseja (por vezes em demasia) ouvir um elogio? Todas! Mas a verdade é que todos nós independentemente do sexo, raça, religião, credo, orientação sexual, feitio, personalidade, condição social ou económica, anseia por ouvir um elogio da parte de alguém.
O elogio é um poder! até a pior pessoa do mundo, que foi quem? Judas praí ou aqui a senhora do café, se derrete ao ouvir um elogio, mesmo que não o mostre o seu ego por dentro cresce e o seu dia ou durante uma bela temporada, a sua vida corre-lhe bem.
Surpreende-me nos dias que correm a dificuldade que as pessoas tem em elogiar algo ou alguém.
Elogiar significa reconhecer a outro capacidades que nós não temos? Provavelmente.
Mas será que essa pessoa tem as tuas capacidades?
Provavelmente não.
Fará, então, todo o sentido a troca de informações e de conhecimentos; todos estão a ganhar; a atribuir mais uma capacidade ou conhecimento ao seu portofolio intelectual; só falta aqui uma regra da boa educação que é o saber agradecer, ou seja, o reconhecimento na forma de elogio a quem nos deu algo de novo de mão beijada.
Saber é a melhor coisa do mundo e só faz sentido se partilharmos com alguém, não sob a forma: “vês, sei mais do que tu” mas num ponto de vista de “olha a cena que eu descobri”.
É muito bom olhar para as pessoas e ver que estão a receber algo de novo; que desbloquearam algo em si e que isso a faz sentir melhor; melhor ainda se sentirá quem transmitiu e visto deste lado, será que não é merecido um “Txiiii” um “Uau, obrigado! és mesmo bom nisto?”
A felicidade, como muitas coisas na vida deveriam ser recíprocas.
Um elogio por mais pequeno que seja dá-nos a sensação de que por momentos a nossa existência faz todo o sentido, que somos importantes e que alguém reparou em nós.
Como é que as pessoas ainda não descobriram o potencial do elogio?
De certeza! (e um bocadinho de fé) que dentro de uma empresa se um colaborador receber um elogio de um patamar superior ou do mesmo nível que este entregar-se-á de uma forma mais positiva ao seu trabalho e de uma maneira mais feliz apresentará mais e melhores resultados de produção. Estará, à partida, mais motivado o que significa que irá dar mais valor ao seu trabalho e que se irá empenhar mais.
O incentivo funciona, o elogio rende! Pode inclusive dar dinheiro a ganhar e não se perde nada ou se gasta; pelo contrário fica-se habilitado a ganhar um bónus: a simpatia e a atenção de quem o recebeu.

Vale a pena dar e receber.
Vale a pena elogiar e principalmente faz-nos muito bem ouvi-lo.